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Coronavirus.
Alicia Beatriz Dorado de Lisondo

Campinas Area, Brazil, 3 de abril de 2020.

Ante as circunstâncias terríveis deste momento e as indagações, incertezas e angustias de todos nós, compartilho com vocês certas reflexões e experiências, após ter participado de vários grupos de discussão entre colegas, leituras e trocas de experiências. Agradeço a todos às contribuições recebidas, a solidariedade, a continência ao pertencer a uma rede afetiva.

Reflexões.

  1. Esta nova realidade nos obriga a pensar as implicâncias das mudanças da Techné na transferência.
  2. Oportunidade impar para pensar no refinamento, na filigrana da sessão e da Techné.
  3. Como pensar o fato clínico?
  4. A distância é geográfica, nunca emocional. Nossa presença não é concreta para os pacientes com capacidade simbólica. Nosso desafio pode vir a ser construir esta capacidade passo a passo, nos pacientes com pensamento concreto. Dar figurabilidade, nomear, armar a equação simbólica e a metáfora.
  5. Nossa humildade nos pode ajudar a considerar que áquilo que nos parece IMPOSSÍVEL HOJE, pode ser o que ainda não foi pensado. Quantas mudanças na Techné temos observado no percurso da história psicanalítica?
  6. Nos pode ser útil seguir às recomendações técnicas de Bion para trabalhar sem memória sem desejo, sem compreensão. De esta forma podemos estar abertos para o novo, o desconhecido, e observar o que surge a cada encontro.
  7. Re-acomodar a agenda para ter os intervalos de descanso necessários, para estar com as melhores condições psíquicas de trabalho, sem chegar ao esgotamento. Respeitar nossos limites.
  8. Nós estamos no mesmo barco, como nos lembra Sergio Nick. Podemos estar identificados com o paciente. A disciplina analítica nos exige ir além do discurso manifesto, para mergulhar na singularidade da relação analítica, com cada paciente a cada sessão e a cada momento de cada sessão.
  9. Claro que estas mudanças também vão ter efeitos a posteriori, après-coup.

Condições para preservar a necessária postura analítica:

  1. Manter o setting para trabalhar por SKYPE, FACE TIME, TE ou algum outro dispositivo, sempre que possível.
  2. Combinar com o paciente a via escolhida para o trabalho. Cuidar da privacidade, intimidade e vestimenta adequada, de ambos os participantes da relação.
  3. Conversar com o paciente sobre a possibilidade de trabalho cara a cara ou sem a visão do rosto, só usando a escuta. Qualquer que seja a escolha, ela pode merecer ser explorada analiticamente no momento oportuno.
  4. Apresentar o “novo” local de trabalho. Eu estou no consultório de sempre, só que numa outra posição… Ou eu estou no escritório da minha casa. A questão é cuidar o paciente e também nos proteger NÃO ESQUECER QUE O TERAPEUTA É UM MODELO DE IDENTIFICAÇÃO E É UM SER HUMANO.
  5. Atender sempre que seja possível do mesmo local geográfico.
  6. Com as crianças continuar o trabalho nas entrevistas com os pais.
  7. Numa entrevista com os pais combinar o novo setting para trabalhar com as crianças com a ajuda deles. Mostrar que os pais e /ou cuidadores podem vir a ser nossos melhores aliados neste momento. Solicitar para poder trabalhar melhor, que eles com o paciente, armem na casa “uma caixa” com material gráfico, tesoura, barbante, bonecos, carros, animais, ambulância, médico se possível. Conversar para que essa caixa seja só usada na hora da terapia.
  8. Conversar oportunamente com as crianças o que está acontecendo com um bichinho muito perigoso chamado Corona Vírus.
  9. Afirmar que a caixa compartilhada por nós no consultório está sendo cuidada neste lugar. Mostrar a caixa.
  10. Encorajar a tomar consciência que sem nos tocar, sem tocar nos brinquedos… nos estamos cuidando. O paciente nos está ajudando a cuidar de nosso corpo / organismo, para não ficar com dodói, não precisar ir ao hospital, não precisar tomar injeções, cuidar da nossa saúde , dos pulmões. Dosar às informações acorde a idade mental das crianças / adolescentes.
    O conceito de ser agente, de encorajar as potencialidades de Eros, permite que o pequeno sujeito possa se sentir ativo, capaz de construir, de oferecer amor, de reparar e transformar. Estamos fazendo COM eles e não POR eles.
  11. Observar, aguardar, usar de nossa capacidade negativa, de nossa contra transferência, de nossa criatividade, do bom senso para re-instaurar o processo.
  12. Com crianças pequenas e/ou muito perturbadas, desenhar para elas, usar a figura e/ou um bicho tridimensional para dramatizar, colocar em cena o que o bicho pode vir a fazer se a gente não se cuida. Eu adapte uma bola pequena de borracha com saliências, usada em fisioterapia, e a fure com pregos grandes que pinte de preto para representar a este vírus.
  13. Outra possibilidade é gravar videos, usando o repertório construído já na relação, para manter o vinculo e enviar a cada dois dias, ao menos.
    “Olha aqui “o cachorro amigo que faz UAU!! Chora !!!! Está com saudades de Pedro!!!”

Exemplo Clinico.

Hoje mesmo atendi a uma mãe com o filho de 2a e 8m. Ninguém tinha lhe explicado porque não estava indo na escola, porque não podia estar com sua avô . Em quanto ele rabiscava com força folhas de papel sentado no chão, a mãe narrava quanto a vida do filho estava alterada. "Acorda aterrado de noite. Está inquieto, hiperativo.”…Quando eu mostrava que a vida de todos tinha mudado muito. Mas que X estava sentado, nos mostrando a raiva, ele me olho e buscou o colo da mãe para ficar melhor posicionado.

Ao final da sessão, a mãe indaga se sendo tão pequeno X teria entendido, minha interpretação sobre o bichinho perigoso.

Ele imediatamente acena com a cabeça afirmando sua compreensão. A mãe completa que a avô é mais velhinha, mais fraquinha. Enfatizo a importância dela poder conversar com o filho e agrego que ele não é o bichinho perigoso. Todos cuidam muito da avô quando não estão com ela, e assim o bichinho maldito, pode ficar longe da avô …..

Com a clinica aprendemos e esculpimos nossa identidade sempre inacabada.

Com o desejo que cada um de nós possa ser um agente multiplicador, e que possamos juntos continuar a pensar.

Um forte abraço e que o pesadelo seja superado da melhor forma possivel.

Rotina. Desmantelamento. Contorno.

 


Acerca de la autora:

Alicia Beatriz Dorado de Lisondo.
Psicanalista Didata, Docente, Psicanalista de Crianças e Adolescentes pelo IPA (International Psychoanalytic Association) do GEPCampinas e da SBPSP.
Membro de ALOBB e Co-Coordenadora do Grupo de Adoção e Parentalidade da SBPSP.
Membro do grupo de pesquisa Protocolo PRISMA na SBPSP.
Ganhadora do Prêmio FEPAL: “Rêverie revisitado”, publicado no Jornal Latino americano de Psicanálise, n.9, 2010.
Prêmio Dr. José Bleger: Aplicação do Conhecimento da Psicanálise para atuar em um Serviço de Psicopatologia Institucional pela Associação Psicanalítica Argentina, em coautoria com o Dr. Raul J. Capitaine, 1976.
alicia.beatriz.lisondo@gmail.com.br


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